domingo, 7 de julho de 2013

REFORMA POLÍTICA E POSTE

Nem o PT tampouco o PMDB querem Reforma Política. Hoje por hoje, só lhes interessa o caminho mais curto para a manutenção do poder que tem nas mãos.

A Reforma Política séria, que aprofunde a democracia brasileira, passa longe destes partidos, bem como dos seus partidos satélites, ou seja, o PC do B, PDT, PR, PV, P...,P..., etc.

O assunto da moda, o chamado “Plebiscito”, só veio à tona após o pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão da presidente Dilma Roussef que, num lance marqueteiro, tentou tirar a atenção da sociedade brasileira e o significado das manifestações.

Ora, estas foram um basta ao Brasil atual da corrupção, da piora de todos os seus serviços públicos (saúde, educação, transporte e segurança), dos projetos faraônicos, das grandes obras não terminadas fontes de mais corrupção, da impunidade, da justiça que tarda e falha, da defasagem dos salários dos servidores públicos, dos privilégios humilhantes das nossas elites patrimonialistas; enfim, da frustração com os atuais ocupantes do poder que, nos últimos 12 anos,  não fizeram as políticas necessárias e de real transformação do país. 

Optaram pela manutenção de um modelo que privilegia o setor financeiro em detrimento do produtivo e esqueceram do povo que trabalha, sua, paga impostos e sofre para manter o sustento do dia-a-dia. Ah! O poder é o poder. E a vontade de poder justifica tudo. A Política, ora, é a do poder. Esta é a que vale! Rasgaram as ideias que defendiam em nome do poder que oferece tudo, dinheiro, luxo, status e, até... os céus. Para não escancarar que estavam fazendo o mesmo do mesmo, inventaram a unificação de todos os programas assistencialistas de governos anteriores num só: o Bolsa Família. E, assim, “ajudaram” aos nossos mais necessitados que nisto ficou e fica, não tem como sair. Quem entrou no programa não sai. Daí a dependência visceral, a da sobrevivência que os nossos patriotas mais necessitados estão mergulhados.

Não vê saída porque, simplesmente, não há sem que o governo faça investimentos maciços nas áreas que movimentam a economia produtiva. E, para investimentos maciços, é preciso ter vontade e coragem políticas de mudar as prioridades do Estado, mexer no seu orçamento, ter “aquilo roxo” para chegar à banca e dizer: Olha, nós não podemos mais continuar pagando esses juros, essas taxas que comprometem metade do nosso orçamento. Precisamos renegociar tudo porque o povo e o país estão em primeiro lugar...Mas, não... Mudaram(?) de lado. E estabeleceram esse modelo que combina o predominante financismo e o subjugado assistencialismo numa espécie de coronelismo eletrônico (uma modernização do voto cabresto da República Velha) que teima em persistir por nossas plagas atrasadas.

Ajudados pelo bom momento econômico internacional, ou melhor, a capitalista China, atravessamos esses últimos 10-12 anos exportando nossa matéria-prima para o mundo que crescia e cresce muito mais que nós, inclusive os nossos vizinhos descendentes dos primos ibéricos.

Mais a interminável propaganda. Nunca é demais lembrar que os gastos com publicidade foram e são astronômicos,  bancados pelo tesouro, estatais e autarquias para alegria dos Dudas, Santanas e outros gulosos tupiniquins. Os mitos foram construídos, os PACs disso e daquilo, as mentiras repetidas tornando-se verdades ou meias-verdades.

Mas, e  a Reforma Política que pode acabar esquecida como nos últimos 20 anos?

Caso aconteça, será séria se começar pela mudança da natureza dos partidos políticos com regras básicas para todos de democracia interna, gestão transparente, limites de mandatos de seus dirigentes e cláusulas de barreiras para evitar o que existe hoje, um mercado de partidos-empresas tocados por caciques, oligarcas e negociadores, com raras exceções.

Será séria se acabar com o Fundo Partidário. Aí gostaria de ver os negocistas se transformarem em líderes. Por que não? Cada um que se vire com a contribuição dos seus filiados e simpatizantes e faça a política das ideias, dos programas, do servir.

Será séria ao adotar o financiamento exclusivo das campanhas eleitorais por pessoas físicas com limite determinado por percentual da declaração do imposto de renda do ano anterior. Por que não? O financiamento público exclusivo é garantia de algo melhor? Ou seria apenas uma garantia de um  caixa dois em inimagináveis proporções aos ocupantes do poder?

O Poste se elegeu, não governa, ludibria os manifestantes e só quer continuar...


Igor Lago

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