terça-feira, 25 de março de 2014

MARANHÃO DAS INCERTEZAS

O eleitor maranhense cansado, desconfiado, não está nem aí para a política. Ainda não. Está distante, nem olha e, se olha, desvia o olhar sabiamente, pois tamanha é a decepção com o nosso cenário.

O eleitor perde o estímulo, a vontade de olhar. Prefere manter a distância, pois a proximidade causa um mal estar terrível, embrulha o estômago, machuca a alma.

Mas vai ter de prestar alguma atenção mais na frente, quando o barulho começar, as campanhas aparecerem, as velhas promessas a serem pomposamente prometidas para não serem cumpridas, os falsos sorrisos, os abraços, os discursos repetidos, ...

Hoje, como desde novembro de 2010, nota-se, facilmente, o empenho de um setor das oposições maranhenses para que não haja uma candidatura alternativa às já postas até aqui.

Apossado de todos os partidos políticos que transitam, uns mais, outros menos, fora do circuito do situacionismo (leia-se sarneísmo), esse setor que jamais aceitara no passado a proposta de unidade democrática num primeiro turno, agora, quer-se no direito de evitar, por todos os meios, o surgimento daquilo que poderia acrescentar (e não diminuir!) o debate eleitoral maranhense.

Sou daqueles que não se sentem representados por nenhuma das duas candidaturas já postas e, creio, assim como eu, há muitos eleitores por aí aguardando uma outra opção.

As duas forças que se digladiam até aqui só decepcionam o eleitor que deseja algo a mais do que a velha disputa do poder pelo poder.

O eleitor não quer saber do interesse pessoal, de grupo ou de partidos políticos que só pensam naquilo, no próprio umbigo, na sua eleição e/ou reeleição, na coligação a ser formada para se eleger mais facilmente e com menos votos, etc.

Cansou! O eleitor quer desprendimento, disposição, coragem daqueles que se dizem representantes dos interesses da sociedade.

O eleitor quer mudança. Mas a que traga consigo novas práticas políticas e administrativas, transparência na gestão, compromisso de que o que se arrecada dos impostos vai ser aplicado corretamente nos serviços que o município, o estado e o país prestam à sociedade.

O eleitor não quer mais do mesmo. Sabe que a mesmice, mesmo que bem vestida com um roupão anti-situação e cubra o rosto com um lenço bonito da renovação, se revela velha a cada gesto.

O eleitor quer de volta os valores republicanos, a ética, a vergonha de seus homens públicos.

O eleitor quer Justiça! O eleitor não quer ver somente os pobres julgados, condenados e presos.

O eleitor quer ver os brancos, amarelos, negros e mestiços novos-brancos adinheirados que usam gravatas ou não, desfilam em carrões e surrupiam o dinheiro público no banco dos réus, processados, julgados e condenados por corrupção. Ah! Outro dia, em Imperatriz, escutei um transeunte desabafando: "Bem que alguns poderiam ir para Pedrinhas!"

O eleitor, penso eu, quer a normalidade da vida pública, a coisa feita de forma correta, simples; quer se sentir respeitado nos seus direitos; quer colaborar naquilo que acredita e é convocado a ajudar.

O eleitor, penso eu, quer a boa política porque sabe que só esta lhe dá resultados na educação, na saúde, no transporte público de qualidade, na segurança pública efetiva, ...

Mas, por enquanto, o eleitor maranhense espera, olha escondido, imagina se disso tudo não surge algo novo, realmente novo, que lhe dê esperanças de seguir em frente.

Igor Lago

quarta-feira, 19 de março de 2014

MARANHÃO DA IMPOSTURA

Os pretensos donos das oposições e que querem ser donos do Maranhão revelam a cada dia, a cada hora, a cada minuto e a cada segundo, um temor inexplicável por uma candidatura alternativa ao governo do estado.

Querem impor um pensamento único, um candidato único, uma chapa única.

Quem não aceitar essa "unanimidade" é visto como um blasfemo, um herege, um pecador.

A rede de blogs criada nos últimos meses (e, presumivelmente, com dinheiro público!) se encarrega de jogar as almas discordantes aos cães.

Esse comportamento me faz lembrar as eleições de 2010 quando, depois de recusarem, veementemente, a proposta de unidade das oposições em torno daquele que teve o seu mandato usurpado por um golpe jurídico, em determinado momento, passaram a atacá-lo e a sua candidatura, por todos os meios, até o dia da eleição a ponto de diminuí-la e enfraquecê-la e comprometer a realização de segundo turno.

Perderam para as próprias e insaciáveis ambições de poder!

Desde então consideram-se os "donos das oposições". Quem ousou ou ousa enfrentar tal projeto é alvo das piores atitudes que a política maranhense costuma reservar em momentos de incompreensão e intolerância, de trapaça e vilania.

O temor de uma candidatura alternativa residiria no fato de que esta pode desempenhar um papel determinante na campanha eleitoral: o de fazer com que as pessoas percebam que a "Oposição" não tem nada de diferente à situação; que a "Oposição" é oriunda da situação; que a "Oposição" pensa, fala e faz a mesma política da situação e, talvez, com mais arrogância e sem limites.

O Maranhão precisa de uma Oposição sem cumplicidades. Uma Oposição à política de usura do poder, de atrelamento do município e estado aos interesses pessoais, de grupo e partidários.

O Maranhão precisa de uma Oposição democrática, livre e soberana que chegue ao poder para servir à sociedade, priorizar o interesse público e fazer uma gestão transparente e à altura dos desafios do presente.


Igor Lago

PS: Impostura, segundo o dicionário, significa embuste, engano artificioso, afetação de grandeza, superioridade, orgulho, confinante com a empáfia e a bazófia.
   

sábado, 8 de março de 2014

Sobre o fascismo de quinta categoria

Por respeito à opinião pública e a aqueles que são pela renovação verdadeira da política, pela transparência e pela ética em todas as circunstâncias da vida,  faço as seguintes considerações sobre matéria encomendada dos auxiliares do fascismo de quinta categoria no Maranhão: 

1. Jamais dei entrevista exclusiva ao jornal "O Estado do Maranhão". Mas aqueles que lidam com a informação poderiam se lembrar que o ainda juiz federal Flávio Dino, em 2004, já teve o "prestigiado" espaço de página inteira quando tentou viabilizar a sua candidatura a prefeito de São Luis com o apoio dos Sarneys e do Lula, o que veio a acontecer nas eleições para prefeito de São Luis em 2008;

2. Quem atinge a imagem de qualquer partido político é quem, ao ocupar cargos administrativos ou mandatos eletivos, os usa em benefício próprio, em vez de servir à sociedade. Quando presidente do PDT do Maranhão ajudei a reorganizá-lo sob o legado de papai, apesar de todas as sabotagens dos que se encontram apadrinhados pelos donos nacionais do partido. Ao contrário, lutei até o fim por sua refundação, uma vez que se desfigurou e virou espaço da politicalha, do fisiologismo,  balcão de negócios e partícipe de escândalos que não param de vir à tona para decepção dos verdadeiros trabalhistas;

3. Em todos os textos que escrevo está clara a minha posição política alternativa às duas forças que se digladiam no estado, o sarneísmo e os seus dissidentes reinaldo-dinistas. Ambos, duas caras da mesma moeda, pensam e fazem a "realpolitik", a luta pelo poder e nada mais. Além dessa posição, procuro manter-me distante daqueles que usam a política como "escala social" e carregam processos nas justiças estadual e federal por atos de corrupção e/ou de improbidade administrativa;

4. Quanto à minha vida profissional, sou médico concursado funcionário público federal licenciado por motivo de doutorado, e médico concursado funcionário público estadual no interior do estado de São Paulo onde resido. Trabalho, ainda, na cidade de Imperatriz, desde julho de 2006, como médico de uma empresa da qual sou sócio minoritário (proprietário de 10% de suas cotas) que presta serviço de alta complexidade na área de cardiologia e recebo meus honorários médicos, como os demais colegas. Nunca fui administrador nem diretor clínico da empresa que presta seus serviços de forma legítima, assim como nunca tive sinecuras ou cargos públicos em prefeitura de São Luis, governo do Maranhão ou orgãos e autarquias federais. (Ah! Jamais fui dono de hospital em lugar nenhum, seja em Fortaleza, Ribeirão Preto ou Imperatriz, como espalham por aí);

5. Este serviço, por ser o único de Imperatriz e região, além de ter contratos com convênios e seguros de saúde, tem, desde 2006, contrato com a secretaria de saúde do estado, para realização de exames diagnósticos e terapêuticos pelo SUS, o que vem sendo feito nos governos José Reinaldo, Jackson Lago e Roseana Sarney e com os secretários de saúde Dra. Helena Duailibe, Dr. Edmundo Gomes e o atual Sr. Ricardo Murad, o que pode ser confirmado no Diário Oficial do Estado do Maranhão.

O "modus operandi" do fascismo sempre foi o de atingir, por todos os meios, os adversários e discordantes. Mussolini e Hitler foram antônimos da tolerância política. Stalin e o atual chefete gordinho da Coréia do Norte idem. E estamos assistindo no Brasil situações semelhantes como, por exemplo, o uso da mídia virtual para publicar matérias pseudojornalísticas com o único objetivo de atingir as pessoas sem sequer fazer uma investigação da informação, ouvir as partes envolvidas, saber profundamente dos fatos.

Expor o pensamento político com argumentação política, e não pessoal,   é o que todos devemos fazer. Infelizmente, em sua grande maioria, as instituições brasileiras e maranhenses, assim como os seus atores estão vulgarizados. No Maranhão, os atuais baluartes de uma determinada oposição criaram uma rede virtual para caluniar e inibir a todos que não compartem de suas ideias e práticas políticas. Sob o véu de um antisarneísmo (logo eles!) usam o vale tudo contra todos os que discordam e se opõem aos seus pontos de vista. Fico a imaginar do que seriam capazes se chegarem ao governo do estado. Oxalá que tenhamos alternativa!

Mas, acredito que o povo é maior. E, mentira, como diz o ditado popular, tem pernas curtas.

Igor Lago