domingo, 28 de outubro de 2012

Entrevista

Senhore(a)s,

Encaminho uma entrevista que dei ao Jornal Pequeno, publicada no último 28/10/2012, a pedido de muitos companheiros que creem necessário a sua divulgação.

É para que todos tenham alguma noção de nossa opção por declarar voto no prefeito Castelo(PSDB) que, em todas as pesquisas aparecia atrás do candidato eleito Edivaldo Junior(PTC), e acabou perdendo para este apesar de ter obtido uma boa votação - 44%.

Considero essa posição a continuidade da luta partidária. Se, por convicções ou interesses outros, alguns de nossos companheiros optaram pela outra candidatura, creio ser parte do processo democrático e de nosso exercício neste.

Estou no mesmo lugar de sempre.

Saudações Trabalhistas!




Igor Lago explica porque resolveu manifestar apoio a Castelo28 de outubro de 2012 às 10:54

O médico Igor Lago, filho do ex-governador Jackson Lago, veio a público anunciar que apoia a candidatura de João Castelo (PSDB), para que renove o mandato à frente da Prefeitura de São Luís. Em comunicado divulgado na internet, Igor Lago recomenda o voto em Castelo. 'Após refletir e comparar as duas candidaturas, as suas trajetórias e campanhas, opto por recomendar aos amigos e companheiros o voto no candidato João Castelo', afirma.

O apoio de Igor já era aguardado pela cúpula do PSDB, que esperava anunciar também o apoio da viúva Clay Lago. Ambos são respeitados pela retidão política herdada do saudoso ex-governador, que faleceu em abril de 2011. Igor Lago chegou a ser presidente do Diretório Estadual do PDT por alguns meses, mas acabou sendo destituído do cargo, pelo presidente nacional da legenda, Carlos Lupi. No seu lugar foi anunciado o nome do suplente de deputado federal Weverton Rocha.

No primeiro turno Igor Lago emitiu uma carta de apoio à candidatura de Haroldo Sabóia (PSOL), mas na cidade de Imperatriz ele manteve seu posicionamento a favor de Sebastião Madeira (PSDB), amigo do seu pai e município onde Jackson Lago possuiu maior votação em 2006 e 2010 na disputa pelo governo do Estado.

Leia a íntegra da entrevista concedida ao Jornal Pequeno por Igor Lago:

Jornal Pequeno – O que levou o senhor a declarar voto para o prefeito João Castelo?

Igor Lago – Nós lutamos pela candidatura própria do PDT. O Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago lançou o nome do ministro Edson Vidigal. Infelizmente, apesar da disposição do ministro, de ter dado o seu nome a esta missão partidária, não foi sequer discutido pelo partido tanto daqui como lá em Brasília. Houve um processo antidemocrático, sumário, de desrespeito às tradições de nosso partido, sem convenção, sem debate, sem nada.

JP – Mas não houve uma discussão interna, no partido, sobre isso?

Igor Lago – Não. Levaram o PDT no beiço para a candidatura do Edivaldo Holanda Júnior da forma mais torpe. Portanto, tudo isso contribuiu para que fôssemos fazendo a nossa reflexão e a nossa opção. É uma coisa que me distancia, que me causa estranheza. Para mim, essa candidatura [de Edivaldo Júnior] é a antítese do que fizemos e lutamos no partido. Por outro lado, além de ter críticas à administração Castelo, não vejo que o outro candidato tenha, realmente, qualquer condição para administrar a cidade de São Luís. Para isto, basta ver o seu desempenho como vereador por dois mandatos em São Luís e o atual de deputado federal. Alguém sabe de algum projeto seu de relevância para a cidade?

JP – Mas os seus adversários falam que o prefeito não apoiou o seu pai, governador Jackson Lago, nas eleições de 2010. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

Igor Lago – Castelo poderia tê-lo apoiado muito mais, se empenhado na campanha, sem dúvida nenhuma. Infelizmente, meu pai não conseguiu o apoio que merecia de muita gente. Até mesmo daqueles que, em determinado momento da campanha, sugeriam-lhe a renúncia, ameaçavam fechar o programa de comunicação, divulgavam boatos sobre sua candidatura, não reagiam às explorações dos outros candidatos no seu programa etc. Nem relembro as calúnias, as explorações a respeito da insegurança jurídica de sua candidatura, as deslealdades várias. Não esqueço, registro e olho para a frente, para ajudar a buscar melhores dias para todos nós, evoluir como cidadão e sociedade.

JP – O que o senhor espera do futuro prefeito de São Luís, seja Castelo ou Edivaldo Holanda Júnior?

Igor Lago – O que todos esperamos: uma maior e melhor eficiência dos serviços prestados pela prefeitura.

JP – Qual o maior legado deixado por Jackson Lago para a política do Maranhão?

Igor Lago – O da dedicação à democracia, à justiça social e à liberdade. Foi um cidadão comprometido com as causas coletivas, com as políticas públicas para as maiorias desassistidas de nossa cidade e estado. Era muito generoso e confiava plenamente em seus amigos e auxiliares e na boa-fé de todos.

JP – O senhor tem algum projeto político?

Igor Lago – Ajudar a refundar o PDT nos seus princípios, ideais e razão de ser. O Trabalhismo é uma ideologia rica e sempre atual. A Democracia sempre deve ser cultivada e desenvolvida em todas as instâncias de nossas atividades. Sou contra qualquer tipo de autoritarismo, seja de direita ou esquerda. Nada o justifica. Nem os meios nem os fins. Assim, acho que posso contribuir mais como cidadão a melhorar a nossa política com muita humildade, sinceridade e diálogo.

domingo, 21 de outubro de 2012

Nota

Senhore(a)s,


Como filho do ex-deputado estadual, prefeito de São Luis e governador do Maranhão Jackson Lago confesso não ter me sentido bem ao ler esta carta do Sr. Aziz Santos.

Aliás, esse sentimento é semelhante quando li a sua carta de afastamento do PDT no dia 08 de junho.

Sempre tive um posicionamento político crítico em relação a situações administrativas e políticas durante os mandatos exercidos pelo meu pai.
E sempre os externava a ele quando tinha oportunidade. Desde 1989!
Era uma forma de torcer e participar para que as coisas ocorressem da melhor forma possível.

Não obstante, a atual campanha eleitoral toma rumos decisivos e, como estamos vendo, adotando situações de conflitos, até mesmo de ordem pessoal.

Além de discordar parcialmente ou totalmente dos argumentos relacionados ao que ocorreu em 2010, considero que, no afã de defender-se de quaisquer agressões, utilizar argumentos sobre quem traiu Jackson Lago em sua derradeira campanha eleitoral de 2010, devem, por obrigação moral e honestidade intelectual, utilizar os mesmos argumentos sobre quem o apunhalou pelas costas nessa mesma campanha e, principalmente, durante os seus últimos meses de vida, quando tramavam para subtrair-lhe a liderança partidária, assim como após a sua morte, quando achincalharam o seu e nosso partido, para submetê-lo a interesses pessoais de mandato e de cargos ligados a uma candidatura (que já nasce de um ato de traição e está visceralmente) vinculada a um projeto de cunho pessoal e autoritário de poder para as eleições de 2014.

Atenciosamente,

Igor Lago
21/10/2012

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Eleições & Traições

Os resultados das eleições municipais em São Luis mostraram o quanto é difícil para os candidatos com poucos recursos e, consequentemente, com pouca ou nenhuma estrutura de campanha, conseguirem obter apoios e votos para conquistar um mandato, apesar de muitos terem biografias de dedicação às suas comunidades e, enfim, à cidade.

Talvez, esses resultados sejam uma demonstração do quanto ainda temos de caminhar para encontrar um melhor sistema eleitoral que permita a todos os candidatos terem as mesmas oportunidades de serem conhecidos e reconhecidos, o que é parte essencial para a formação e decisão do voto pelo eleitor.

Não tenho dúvidas de que teríamos uma eleição mais democrática e livre do poder econômico se tivéssemos o sistema de voto distrital, bem como o total financiamento público das campanhas eleitorais, o que já é feito em parte, embora com todas as vicissitudes e brechas que propiciam inúmeras possibilidades de se tornarem escândalos.

O PDT não pôde participar destas eleições de São Luis como nas anteriores. Tínhamos o pensamento de que deveríamos seguir um rumo próprio e apresentar uma alternativa para a cidade. Seria uma oportunidade de enriquecer o debate sobre os principais problemas que afetam a todos nós. Não obstante, o mais importante para o partido seria a discussão sobre qual caminho a seguir nessas eleições, de forma transparente e que a maioria de seus membros tomasse a decisão. Não foi o que aconteceu. Assistimos, junto ao esfacelamento do partido, a imposição de uma tese vinda de cima pra baixo, comprometida com interesses de mandato e outros projetos pessoais voltados para as eleições de 2014.  

Todos sabem que após o falecimento de Jackson Lago e a última reorganização partidária, houve um golpe perpetrado com o objetivo de satisfazer o controle cartorial da sigla pelos atuais donos nacionais do partido (que são cada vez mais questionados em todo o Brasil!) e, também, os interesses de mandato de um dos nossos suplentes, conhecido por sua não muito boa reputação e tido como o “menino de ouro” do Lupi.

Neste golpe, houve a determinação de se juntar o útil ao agradável: Aproveitar a candidatura do deputado federal Edivaldo Holanda Junior (PTC) que contava com o apoio do Flávio Dino (PCdoB) que, por sua vez, tinha interesse em se assenhorear do último importante segmento oposicionista fora de seu controle (o PDT) para submetê-lo, sem qualquer discussão, sobre estratégias eleitorais e, principalmente, sobre um programa de governo, a seu projeto pessoal com vista às eleições de 2014. Os senhores Carlos Lupi,  Manoel Dias, Flávio Dino, Weverton Rocha, Julião Amin e Edivaldo Holanda pai e filho atuaram nesse sentido desde o final de 2010. 

No último dia 10, na sede do PDT, lugar que não frequento desde o dia 01/12/2011, quando finalizou o prazo da Comissão Provisória Estadual não prorrogada pelos senhores Carlos Lupi e Manoel Dias, ocorreu a cena mais deprimente desta eleição: a comemoração da mudança de posição eleitoral dos senhores pedetistas Júlio França (ex-secretário da prefeitura Castelo e, até esse dia, coordenador de mobilização da campanha castelista) e Ivaldo Rodrigues (vereador reeleito e líder da prefeitura na Câmara Municipal e, aparentemente, a favor da tese de apoio à reeleição do prefeito Castelo desde o primeiro momento).

É de causar repugnância a qualquer cidadão de bem de nossa cidade, ainda mais aqueles que carregam no peito e na lembrança os ideais trabalhistas e a memória de nossos fundadores, que deram o melhor de suas vidas pela criação de um partido democrático e popular que enfrentou a Ditadura e o domínio de um mesmo grupo político em nosso estado ainda não plenamente redemocratizado. E a festa teve direito à participação dos candidatos majoritários “beneficiados” pelo gesto de traição, os autoproclamados arautos da mudança, do novo na política. Não me surpreendo com aqueles que enfrentei na lida partidária, pois são conhecidos por sua trajetória política de total dependência das benesses e cargos comissionados que a prefeitura de São Luis os tem proporcionado desde Conceição Andrade até o atual prefeito João Castelo. Representam, a rigor, o fisiologismo e o mais vulgar convencionalismo da nossa política, mais nada.

Diz-se que, quando um barco está naufragando, os primeiros a pularem são os ratos. Fico a imaginar se, por obra do capitão do barco, as providências forem tomadas a evitar o naufrágio, os ratos teriam a capacidade de retornarem ao mesmo.

O filósofo e advogado norte-americano William Bennet nos ensina que a lealdade é a marca da constância, da solidez dos elos com as pessoas, grupos, instituições e ideais. Ser um cidadão e um amigo leal significa agir com atenção e seriedade para com o país e os amigos. Essa virtude por si só não é garantia de ação correta, que exige mais do que boas intenções. É preciso ter também a sabedoria para distinguir o que é correto e ter vontade de fazê-lo.

Que a nossa política seja mais exercida com virtudes!

Saudações Trabalhistas!

sábado, 6 de outubro de 2012

O PDT de São Luis e as eleições de 7 de outubro

Desde a redemocratização do país, com as primeiras eleições para governadores estaduais em 1982 e para prefeitos de capitais em 1985, o PDT, pela primeira vez, não participa da formação de chapa majoritária em São Luis – sua cidade berço.

Em 1985, Jackson Lago candidatou-se a prefeito tendo Julião Amin como vice, ambos do PDT, e obtiveram o terceiro lugar. De 1988 até 2004, o PDT sairia vencedor das eleições, na maioria das vezes, encabeçando a chapa ou com chapa pura, exceto 1992, a saber: Jackson Lago (PDT) prefeito e Magno Bacelar (PDT) vice em 1988; Conceição Andrade (PSB) prefeita e Aziz (PDT) vice em 1992; Jackson Lago (PDT) prefeito e Domingos Dutra (PT) vice em 1996; Jackson Lago (PDT) reeleito prefeito e Tadeu Palácio (PDT) vice em 2000; Tadeu Palácio (PDT) prefeito e Sandra Torres (PDT) vice em 2004 e, finalmente, em 2008, Clodomir Paz (PDT) prefeito e Fábio Leite (PPS) vice disputaram a eleição obtendo o terceiro lugar. Cabe lembrar que nestas eleições o partido dividiu-se e realizou uma convenção muito disputada entre os partidários de Clodomir Paz e Moacir Feitosa. No segundo turno, a ala mais próxima do então prefeito Tadeu Palácio apoiou a candidatura do Flávio Dino (PC do B), que também contou com o apoio da família Sarney e, a ala mais próxima do então governador Jackson Lago apoiou a candidatura de João Castelo (PSDB), que teve um importante papel na vitória das oposições em 2006.

Nestas eleições de 2012, o PDT é apenas um partido coadjuvante da coligação formada pelos partidos PTC, PSB e PCdoB. Seus atuais dirigentes, nomeados pela Executiva Nacional tocada pelos senhores Carlos Lupi e Manoel Dias, resumiram-se a prestar o papel de serviçais desse projeto que visa a eleição de um candidato sem identidade com o nosso partido e as lutas democráticas e populares de São Luis. E mais, como vereador por 2 mandatos não prestou nenhum projeto de relevância para a cidade e, como atual deputado federal, apresenta o mesmo desempenho, além do fato de ter-se licenciado por 4 meses para que o suplente Weverton Rocha assumisse o seu mandato. Pura negociação!

A velha política feita por jovens já “velhos”. Este é o candidato dos senhores Lupi, Flávio Dino, Weverton Rocha e Julião Amin! E, o que mais nos chamou a atenção (pasmem!) foi o fato de que os “dirigentes serviçais” de nosso PDT local e o próprio Lupi ficaram escondidos dos programas de televisão e rádio gratuitos do candidato Edivaldo Holanda Junior.  É tamanho “o prestígio e a reputação” que tem em nossa cidade e estado que faz com que o próprio candidato beneficiado adote a decisão de escondê-los. Merece ser lembrado o fato do senhor Carlos Lupi ter vindo duas vezes a São Luis para prestigiar a campanha do candidato Edivaldo Holanda, bem como dar guarida à sua decisão autoritária que atropelou o nosso partido e evitou o debate sobre a possibilidade de candidatura própria, que tinha no nome do ministro Edson Vidigal, uma boa oportunidade de exercermos um papel protagonista nessas eleições, ao igual que nas anteriores.

O PDT tem 19 candidatos a vereador (o jovem Alisson Roberto da Silveira foi barbaramente vítima da violência de nossa cidade, a quem rendo, mais uma vez, as minhas homenagens!) numa coligação proporcional com o PTC e o PSB.

Desejo êxito a todos e, de forma muito especial, àqueles que foram leais ao Jackson Lago e ao seu legado.

Como já expressei anteriormente, diante de tudo o que aconteceu com o nosso partido, neste primeiro turno votarei para prefeito em Haroldo Sabóia(PSOL) 50.

Que ninguém se engane, Jackson Lago vive!

Saudações Trabalhistas!