sexta-feira, 31 de maio de 2013

Desfiliação do PDT

Amigas e amigos,

Reproduzo o texto que anunciei a nossa desfiliação do PDT a ser formalizada no próximo dia 04 de junho, juntamente com a Clay, o Wagner e muitos companheiros e companheiras.

A companheira Jô Santos está organizando os pedidos formais de desfiliação que devem ser entregues ao partido e ao TRE.

Um abraço,

Igor Lago


Aos pedetistas do Maranhão,

Amigas e amigos, companheiras e companheiros,

Estivemos substituindo o nosso pai na presidência da Comissão Provisória Estadual do PDT, a convite da maioria de seus antigos membros, entre os dias 06 de junho e 01 de dezembro de 2011.
A direção nacional do PDT exercida, autoritariamente, pelos senhores Carlos Lupi e Manoel Dias, nos aceitou depois de quase 60 dias da indicação (Eles tinham outros planos para o PDT do Maranhão, que vieram a ser confirmados posteriormente!).

Nesse período, ajudamos a reorganizar o partido em 211 municípios, apesar de todas as adversidades internas estaduais e nacionais. Do conhecido Fundo Partidário Nacional, não recebemos 1 real.
As denúncias de corrupção que envolveram o ex-ministro do Trabalho e Emprego e alguns de seus assessores, além da mal fadada viagem realizada ao Maranhão em 2009, culminaram com a demissão daquele no dia 04 de dezembro de 2011, o que fez com que se voltassem contra nós e a nossa postura ao lado da verdade e esclarecimento dos fatos. Não nos surpreendeu, pois conhecemos a trajetória dos mesmos e o que tem feito ao partido durante todos esses anos após a morte de Leonel Brizola.

Após a decisão de nos tirar da presidência do PDT, apesar de todas as iniciativas que confirmavam o apoio da maioria de nossos companheiros para uma solução que respeitasse a nossa história, impuseram os atuais dirigentes para o seu controle cartorial.

Fiz o que pude para reverter a decisão baseando-me no Estatuto. Contudo, nem responderam às nossas reivindicações de discutir e confirmar a decisão tomada a fim de que fosse discutida por todos os membros da Executiva Nacional. Assim, caso confirmada, teríamos a oportunidade de levar o assunto à última reunião do Diretório Nacional – instância máxima do partido. Mas, como já disse antes, o PDT é deles e, não mais, dos trabalhistas, dos nacionalistas, dos democratas, do povo brasileiro.

Sempre fomos a favor do diálogo pela boa política, a qual coloca um partido político a favor dos interesses da maioria da sociedade, não somente na palavra mas, principalmente, na ação, no exemplo. Foi o que procurei fazer no PDT!

Infelizmente, acontece justamente o contrário.

Enfrentamos tudo e todos que se opunham a esta postura. Preferimos romper a lei do silêncio, a lei da esperteza, a lei das comodidades, a lei do convencionalismo e a lei do conforto que, incrivelmente, constituíram-se em condicio sine qua non para o almejado “êxito político”, o que, para mim, não é nada mais que a prática da velhaca política que só nos conduz ao atraso.

Como alternativa de atuação política, uma vez que não há ambiente democrático partidário, criamos com vários companheiros o Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago e, assim, representar um canal de manifestação das nossas posições para todo(a)s o(a)s companheiro(a)s e a sociedade.

Igualmente, optamos por estimular a formalização do Comitê de Resistência Nacional Leonel Brizola, para que tivesse uma atuação nacional e, assim, encorajasse as lideranças mais expressivas, deputados e senadores. De forma voluntária, amadora, artesanal, tudo foi feito com o altruísmo de muitos companheiros e companheiras Brasil afora aos quais rendo as minhas sinceras homenagens. Tínhamos como objetivo apresentar uma chapa nacional e provocar o debate na Convenção Nacional, já que o V Congresso e sua fase deliberativa não foi realizado (como anunciado oficialmente pelos próprios dirigentes nacionais) no primeiro semestre de 2012.

Infelizmente o nosso partido já não é mais o mesmo. Seus melhores nomes concordam com as nossas posições (democratização partidária, eleições diretas, gestão transparente, etc.) mas, jamais tiveram a coragem e disposição políticas necessárias para enfrentar o establishment partidário que, quando muito, faz homenagens estéreis aos que dedicaram suas vidas a um país melhor e tinham, no PDT, um instrumento de luta em defesa do povo maranhense e brasileiro. Assim, acreditam ludibriar a boa índole e confiança de nossos militantes e de nosso povo.

Na última terça-feira, dia 07, o Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago se reuniu e, após a exposição do ponto de vista de cada um, decidiu, por ampla maioria, pela desfiliação partidária. Creio ser a maior homenagem que possamos prestar aos nossos fundadores que já se foram! (Lembram quando o Brizola disse que fecharia o partido caso este deixasse de ser um instrumento do povo trabalhador brasileiro?)

Creio ser a decisão mais coerente a ser tomada depois de tudo o que aconteceu e temos feito até aqui. Aos que possam pensar o contrário, meus respeitos. Vejo que as motivações são, para uns, de ordem sentimental (as quais respeito); para outros, de cunho político-eleitoral.

Mas, o importante é que reconheçamos todos que, após o desfecho da Convenção Nacional do PDT que, pela forma em que aconteceu, com regras arbitrárias e impeditivas para que se formasse outra chapa, onde não houve sequer debate, não foi nada mais que um casuístico e falso episódio partidário, uma pseudo-convenção, depois da qual não se vislumbra nenhuma luz no fim do túnel para que ilumine a democratização do partido - causa maior de nossa luta partidária.

A iconoclastia foi concretizada. Para mim, o PDT acabou e, com estas direções nacional e local que tem, sem limites de todo tipo e de mandato, não é nada mais que uma sigla a negociar, para proveito próprio de seus dirigentes, a já maculada imagem do trabalhismo.

Esteja onde estiver, filiado ou não a outra sigla partidária, carregarei sempre as convicções democráticas e trabalhistas para que guiem os nossos passos.

Acredito, profundamente, ser a mais digna homenagem que possa prestar ao meu pai.

Abraço afetuoso, fraterno e amigo,

Igor Lago

Imperatriz, 09/05/2013

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Entrevista ao Jornal Pequeno (12/05/2013)


Senhore(a)s e amigo(a)s,

Na última sexta-feira, o jornalista Manoel Santos Neto enviou-me as seguintes perguntas por email, as quais respondi da seguinte forma:

1 – Está de fato consumada sua desfiliação do PDT? O que o levou a tomar esta decisão?

Sim, a desfiliação é fruto de uma reflexão sobre tudo o que tem acontecido com o PDT. O principal motivo é a certeza de que o PDT não tem a mínimachance de mudar. Os atuais donos do partido tem controle absoluto, vigiam dia e noite qualquer movimentação que leve a questioná-los. Com o atual Estatuto na mão, eles fazem o que querem. E sem limites de mandatos. O Lupi está na presidência do PDT desde junho de 2004 e o secretário-geral Manoel Dias há 15 anos. Estão mais fortalecidos com a decisão da Presidente Dilma com a volta ao Ministério do Trabalho e Emprego e terão mais 2 anos com direito a reeleições ilimitadas e infinitas. No PDT não há ambiente democrático. Eles se negaram a fazer o V Congresso há 1 ano com medo do debate sobre eleições diretas, gestão transparente, limitação de mandatos de direção partidária, enfim, há uma ditadura partidária.

2 – Já há convites para ingressar em outras legendas? Quais? Como estão estas articulações?

Nos sentimos confortados e felizes com a atenção e convites de diferentes partidos políticos do campo progressista: PSDB, REDE, MD, PSB e PSOL. Agradecemos a todos e dissemos que nos sentíamos muito honrados, e que vamos refletir muito para tomar esta decisão com o cuidado de não desmerecer a nenhum partido e seus líderes que estendem as suas mãos para continuarmos na luta. Temos até setembro para decidir. Isto tudo é, a bem da verdade, um reconhecimento ao Legado de nosso pai.

3 – Estás com a pretensão de sair candidato nas eleições de 2014? Ou estás propenso a apoiar alguém?

Ainda não estamos pensando nisso no presente. Apenas colhendo a opinião dos companheiros, amigos e lideranças políticas. Penso que uma candidatura deve surgir de uma conjuntura, não de uma vontade pessoal.

4 – O que de fato aconteceu e está acontecendo com o PDT no Maranhão?

O PDT maranhense foi tomado pelos seus piores setores graças à realidade partidária nacional. Se tivéssemos dirigentes corretos, que respeitassem as boas práticas partidárias e a vontade das maiorias, nada disso teria acontecido. Hoje, o PDT nacional e maranhense são dirigidos por pessoas que não tem estatura moral e política. Veja, há dirigentes respondendo a vários processos por improbidade administrativa. A rigor, por uma questão ética, se vivêssemos num outro momento, jamais poderiam exercer qualquer direção.

5 – Como avalias o cenário para as eleições de 2014 no Maranhão, especialmente em se tratando da disputa para a vaga no Senado e para o Governo do Estado?

Vejo 2014 da seguinte forma: Para a eleição de senador, as oposições deveriam se concentrar num só nome porque só há uma vaga em disputa e num só turno. Seria uma espécie de candidatura majoritária de todos.
Para a eleição de governador, defendo a pluralidade de candidaturas oposicionistas para enriquecer o debate e, consequentemente, preparar e escolher o candidato que irá para um eventual segundo turno. Deixemos o povo escolher.

Na edição de ontem, domingo, saiu uma matéria a respeito, o que agradeço ao jornalista e ao prestigiado jornal ludovicense Jornal Pequeno:

Igor Lago sai do PDT e diz que o partido está sob uma “ditadura”
POR MANOEL SANTOS NETO

Inconformado com as práticas da atual direção do partido, o médico Igor Lago decidiu sair do PDT. Ele afirma que tomou a decisão depois de refletir bastante sobre tudo o que tem acontecido com o partido. Na avaliação de Igor Lago, não existe mais ambiente democrático no partido que, segundo ele, agora está sob uma “ditadura” no Maranhão.

Em entrevista ao Jornal Pequeno, o filho do ex-governador Jackson Lago afirmou que o principal motivo de sua desfiliação “é a certeza de que o PDT não tem a mínima chance de mudar”.

Segundo Igor Lago, os atuais dirigentes do PDT “tem controle absoluto, vigiam dia e noite qualquer movimentação que leve a questioná-los. Com o atual Estatuto na mão, eles fazem o que querem. E sem limites de mandatos”.

Igor Lago observou que Carlos Lupi está na presidência do PDT desde junho de 2004 e o secretário-geral, Manoel Dias, há 15 anos. “Agora eles estão mais fortalecidos com a decisão da presidente Dilma com a volta ao Ministério do Trabalho e Emprego e terão mais dois anos com direito a reeleições ilimitadas e infinitas”.

Na avaliação de Igor Lago, no PDT não existe mais ambiente democrático. “Eles se negaram a fazer o V Congresso há um ano com medo do debate sobre eleições diretas, gestão transparente, limitação de mandatos de direção partidária, enfim, há uma ditadura partidária”.

Ao longo dos últimos meses, Igor Lago tem sido assediado por diversos dirigentes partidários. Ele já recebeu convites para se filiar ao PSDB, à Rede, ao MD, ao PSB e ao PSOL.

“Agradecemos a todos e dissemos que nos sentíamos muito honrados, e que vamos refletir muito para tomar esta decisão com o cuidado de não desmerecer a nenhum partido e seus lideres que estendem as suas mãos para continuarmos na luta. Temos até setembro para decidir. Isto tudo é, a bem da verdade, um reconhecimento ao Legado de nosso pai”, frisou Igor Lago.

Ele informou ainda que também não decidiu se irá disputar algum mandato eletivo no pleito de 2014. “Ainda não estamos pensando nisso no presente. Apenas colhendo a opinião dos companheiros, amigos e lideranças políticas. Penso que uma candidatura deve surgir de uma conjuntura, não de uma vontade pessoal”.

Ao formalizar sua desfiliação, Igor Lago disparou críticas à atual direção do partido no Estado, dizendo que o PDT maranhense foi tomado pelos seus piores setores graças à realidade partidária nacional.

“Se tivéssemos dirigentes corretos, que respeitassem as boas práticas partidárias e a vontade das maiorias, nada disso teria acontecido. Hoje, o PDT nacional e maranhense são dirigidos por pessoas que não tem estatura moral e política. Veja, há dirigentes respondendo a vários processos por improbidade administrativa. A rigor, por uma questão ética, se vivêssemos num outro momento, jamais poderiam exercer qualquer direção”, ressaltou.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Aos pedetistas do Maranhão

Amigas e amigos, companheiras e companheiros,


Estivemos substituindo o nosso pai na presidência da Comissão Provisória Estadual do PDT, a convite da maioria de seus antigos membros, entre os dias 06 de junho e 01 de dezembro de 2011.

A direção nacional do PDT exercida, autoritariamente, pelos senhores Carlos Lupi e Manoel Dias, nos aceitou depois de quase 60 dias da indicação (Eles tinham outros planos para o PDT do Maranhão, que vieram a ser confirmados posteriormente!).

Nesse período, ajudamos a reorganizar o partido em 211 municípios, apesar de todas as adversidades internas estaduais e nacionais. Do conhecido Fundo Partidário Nacional, não recebemos 1 real.

As denúncias de corrupção que envolveram o ex-ministro do Trabalho e Emprego e alguns de seus assessores, além da mal fadada viagem realizada ao Maranhão em 2009,    culminaram com a demissão daquele no dia 04 de dezembro de 2011, o que fez com que se voltassem contra nós e a nossa postura ao lado da verdade e esclarecimento dos fatos. Não nos surpreendeu, pois conhecemos a trajetória dos mesmos e o que tem feito ao partido durante todos esses anos após a morte de Leonel Brizola.

Após a decisão de nos tirar da presidência do PDT, apesar de todas as iniciativas que confirmavam o apoio da maioria de nossos companheiros para uma solução que respeitasse a nossa história, impuseram os atuais dirigentes para o seu controle cartorial.

Fiz o que pude para reverter a decisão baseando-me no Estatuto. Contudo, nem responderam às nossas reivindicações de discutir e confirmar a decisão tomada a fim de que fosse discutida por todos os membros da Executiva Nacional. Assim, caso confirmada, teríamos a oportunidade de levar o assunto à última reunião do Diretório Nacional – instância máxima do partido. Mas, como já disse antes, o PDT é deles e, não mais, dos trabalhistas, dos nacionalistas, dos democratas, do povo brasileiro.

Sempre fomos a favor do diálogo pela boa política, a qual coloca um partido político a favor dos interesses da maioria da sociedade, não somente na palavra mas, principalmente, na ação, no exemplo. Foi o que procurei fazer no PDT!

Infelizmente, acontece justamente o contrário.

Enfrentamos tudo e todos que se opunham a esta postura. Preferimos romper a lei do silêncio, a lei da esperteza, a lei das comodidades, a lei do convencionalismo e a lei do conforto que, incrivelmente, constituíram-se em condicio sine qua non para o  almejado “êxito político”, o que, para mim, não é nada mais que a prática da velhaca política que só nos conduz ao atraso.

Como alternativa de atuação política, uma vez que não há ambiente democrático partidário,  criamos com vários companheiros o Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago e, assim, representar um canal de manifestação das nossas posições para todo(a)s o(a)s companheiro(a)s e a sociedade.

Igualmente, optamos por estimular a formalização do Comitê de Resistência Nacional Leonel Brizola, para que tivesse uma atuação nacional e, assim, encorajasse as lideranças mais expressivas, deputados e senadores. De forma voluntária, amadora, artesanal, tudo foi feito com o altruísmo de muitos companheiros e companheiras Brasil afora aos quais rendo as minhas sinceras homenagens. Tínhamos como objetivo apresentar uma chapa nacional e provocar o debate na Convenção Nacional, já que o V Congresso e sua fase deliberativa não foi realizado (como anunciado oficialmente pelos próprios dirigentes nacionais) no primeiro semestre de 2012.

Infelizmente o nosso partido já não é mais o mesmo. Seus melhores nomes concordam com as nossas posições (democratização partidária, eleições diretas, gestão transparente, etc.) mas, jamais tiveram a coragem e disposição políticas necessárias para enfrentar o establishment partidário que, quando muito, faz homenagens estéreis aos que dedicaram suas vidas a um país melhor e tinham, no PDT, um instrumento de luta em defesa do povo maranhense e brasileiro. Assim, acreditam ludibriar a boa índole e confiança de nossos militantes e de nosso povo.

Na última terça-feira, dia 07, o Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago se reuniu e, após a exposição do ponto de vista de cada um, decidiu, por ampla maioria, pela desfiliação partidária. Creio ser a maior homenagem que possamos prestar aos nossos fundadores que já se foram! (Lembram quando o Brizola disse que fecharia o partido caso este deixasse de ser um instrumento do povo trabalhador brasileiro?)

Creio ser a decisão mais coerente a ser tomada depois de tudo o que aconteceu e temos feito até aqui. Aos que possam pensar o contrário, meus respeitos. Vejo que as motivações são, para uns, de ordem sentimental (as quais respeito); para outros, de cunho político-eleitoral.

Mas, o importante é que reconheçamos todos que, após o desfecho da Convenção Nacional do PDT que, pela forma em que aconteceu, com regras arbitrárias e impeditivas para que se formasse outra chapa, onde não houve sequer debate, não foi nada mais que um casuístico e falso episódio partidário, uma pseudo-convenção, depois da qual não se vislumbra nenhuma luz no fim do túnel para que ilumine a democratização do partido - causa maior de nossa luta partidária.

A iconoclastia foi concretizada. Para mim, o PDT acabou e, com estas direções nacional e local que tem, sem limites de todo tipo e de mandato, não é nada mais que uma sigla a negociar, para proveito próprio de seus dirigentes, a já maculada imagem do trabalhismo.

Esteja onde estiver, filiado ou não a outra sigla partidária, carregarei sempre as convicções democráticas e trabalhistas para que guiem os nossos passos.

Acredito, profundamente, ser a mais digna homenagem que possa prestar ao meu pai.

Abraço afetuoso, fraterno e amigo,

Igor Lago

Imperatriz, 09/05/2013