sábado, 31 de março de 2012

NOTA PELA DEMOCRACIA

Por meio desta manifestamos a todos os pedetistas do Maranhão e do Brasil a nossa mais veemente insatisfação e um profundo desconforto à forma como os senhores Carlos Lupi e Manoel Dias trataram as questões de nosso Partido no Maranhão.

O Diretório Municipal de São Luis e a Comissão Provisória Estadual, ambos representativos de todos os segmentos do Partido, foram grosseiramente desrespeitados, uma vez que estes senhores descumpriram todos os acordos internos realizados para a prorrogação dos mandados dessas instâncias partidárias.

De forma autoritária, entregaram a direção do PDT do Maranhão a um único grupo que, a rigor, representa uma minoria em nosso Partido.

As declarações e ações dos atuais dirigentes são de causar repulsa a qualquer verdadeiro militante trabalhista, tratando-se de uma verdadeira afronta a toda uma história de luta em prol do povo maranhense e brasileiro.

A política comprometida com as causas populares, com a democracia e os direitos humanos, praticados por nosso Partido, foi golpeada pelo fisiologismo, clientelismo e negociatas, sob o patrocínio dos mais desprezíveis e abomináveis interesses pessoais de um grupo reconhecido pelo povo do Maranhão em geral e, em particular, pela sociedade de São Luís, como não possuidor de estatura moral e política para conduzir, de forma altaneira, os destinos de um Partido democrático e popular.

Acreditamos e lutamos por um futuro melhor para o nosso Partido, a fim de que possamos continuar contribuindo com as lutas sociais do nosso povo, da nossa gente, dos nossos irmãos e irmãs, até aqui, na sua grande maioria, submetidos, involuntariamente, às mais diversas formas de humilhação política, cultural e sócio-econômica, como conseqüência de décadas de atraso perpetuado por um mesmo grupo político dominante arredio à alternância de poder, bem como de práticas de condução político-partidária alheias à democracia iguais a esta que, no momento, estamos vivenciando.


Saudações Trabalhistas!


Igor Lago – Ex-presidente da Comissão Provisória Estadual;

Moacir Feitosa – Ex-presidente do Diretório Municipal de São Luis;

Membros do Comitê de Resistência Democrática Jackson Lago.

quarta-feira, 28 de março de 2012

O imbróglio pedetista e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

Desde que denúncias de corrupção atingiram ex-assessores e o próprio ex-ministro Carlos Lupi e que culminaram com a sua demissão no dia 04 de dezembro de 2011, já se passaram 112 dias e, ao que nos consta, a Presidente da República ainda não decidiu sobre o que fazer : se deixa o atual interino que, diga-se de passagem, é de estrita confiança do ex-ministro, se nomeia outro do PDT ou não, etc.

Enquanto isso, o ex-ministro continua dando as cartas num ministério campeão de convênios irregulares, conforme relatório recente da Controladoria Geral da União e, infelizmente, no PDT, partido que dirige como um chefe sem brilho de liderança política maior desde o falecimento do ex-governador Leonel Brizola em 2004, com o auxílio de seu fiel operador e escudeiro, o eterno secretário geral nacional Manoel Dias (ocupante deste cargo desde 1999!).

Depois de todo o ocorrido, Carlos Lupi não teve nenhuma hesitação em retomar a presidência do PDT no dia 09 de janeiro passado quando, em reunião com alguns membros da Executiva Nacional, decidiu de forma vingativa e arbitrária, a não prorrogação da Comissão Provisória Estadual do Maranhão- que presidíamos a convite da maioria dos membros da Comissão deixada pelo ex-governador Jackson Lago-, optando por uma minoria que não tem outro interesse político a não ser os próprios, mesmo que comprometa o futuro de nossa agremiação histórica. O esbulho é justificado pela necessidade de controle cartorial do partido.

Até os Arcos da Lapa sabem que foi uma retaliação por nosso comportamento diante da crise que o envolveu e a seus assessores (Manoel Dias afirmou a alguns companheiros de nosso Partido que o Igor Lago não poderia continuar à frente do PDT pelas declarações que contrariaram muito ao Ministro!) e, consequentemente, o próprio governo Dilma e o nosso Partido. Cometeu assim, uma grande violência ao PDT maranhense ao deixá-lo na informalidade por dois meses e meio, uma vez que só deixou para formalizar essa decisão no dia 16 de fevereiro passado, o que comprova uma de suas principais características, a da dissimulação.

De forma semelhante a outros membros de nosso Partido, inclusive senadores, sou da opinião de que seria melhor para o PDT ficar sem o Ministério. O PDT deveria ficar numa posição mais confortável em relação ao governo Dilma, votando a favor das matérias mais importantes e favoráveis ao nosso País, votando contra aquelas que tenham o sentido contrário. Assim, o PDT ganharia todas as condições de realizar uma grande reflexão sobre a sua trajetória e o seu papel sem as influências da estrutura de Estado, desatrelando-se desta e fazendo com que surgisse um ambiente mais propício ao exercício da verdadeira militância nacionalista, democrática e trabalhista que sempre caracterizaram o nosso Partido.

Enquanto lemos e ouvimos na mídia o vai-e-vem sobre quem será nomeado, o ex-ministro continua aprontando das suas: Quer porque quer fazer com que a presidente nomeie o seu fiel escudeiro Manoel Dias, em detrimento de dois outros membros, os deputados federais Brizola Neto e Vieira da Cunha. Será que não passa pela cabeça dos senhores donos de nosso partido (Carlos Lupi e Manoel Dias) que a Presidente poderia, assim, estar apenas trocando seis por meia dúzia? Logo agora que ela está querendo tomar a “vassourinha” do Jânio Quadros...

segunda-feira, 12 de março de 2012

Opinião Trabalhista

Esbulho

Após quase um mês do esbulho que provocou um estado de incredulidade nas companheiras e companheiros de nosso Partido, o PDT vive momentos de muitas incertezas e insegurança. Afinal, o Partido maranhense foi vítima de um “canetaço” do atual presidente nacional, Sr. Carlos Lupi, e do secretário nacional, Sr. Manoel Dias, que não tiveram a mínima postura recomendada a um dirigente nacional de um partido que se diz democrático.

Muitos nos perguntam a razão para tal fatídica decisão. Se havíamos reorganizado o Partido, de forma coletiva, ou seja, com a participação de todos, inclusive dos nossos adversários (os atuais oportunistas de plantão), conseguido um resultado invejável de estar presente em 211 dos nossos 217 municípios, de realizar filiações importantes e com potencial eleitoral futuro, de devolver a auto-estima e semear a esperança em nossa(o)s companheira(o)s?

Não há como negar que tudo isto não passa de uma retaliação por nosso comportamento durante a crise que atingiu em cheio o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), alguns de seus assessores e o próprio ministro, que acabou sendo demitido no dia 04/12/2011. Desde que assumiu o MTE, o PDT tem sido atrelado a esse órgão com a nomeação de pedetistas, a exemplo de nosso estado, assim como a realização de inúmeros convênios com entidades, secretarias estaduais e municipais e ONGs, muitos dos quais estão sendo objeto de investigação e confirmação de irregularidades conforme recente relatório da Controladoria Geral da União.

Algo muito diferente do comportamento do ex-governador Brizola, que sempre soube distinguir e separar o papel de um dirigente partidário de um dirigente executivo! Como não são líderes de representatividade política maior, aqueles senhores baseiam-se no controle cartorial do partido. Vão nomeando Comissões Provisórias pelo Brasil afora, com seus vassalos à frente do partido para que façam tudo dentro “dos conformes e da confiança”. E, assim, vão fazendo o PDT transfigurar-se, a cada dia, num partido de negócios e distante de suas origens e propósitos.

É a iconoclastia, ou seja, a destruição das verdadeiras tradições de nosso partido, cujos princípios e ideais estão enraizados na luta pela democracia, liberdade e justiça social. O PDT, goste-se de mais ou de menos, sempre pautou-se pela correção cívica de seus líderes. O Brizola foi um dos brasileiros mais investigados e perseguidos desse país, antes, durante e após a Ditadura Militar. Nunca encontraram nada que o desabone. E tinha o maior adversário que um político brasileiro possa ter: o império das comunicações Rede Globo.

Que posso dizer à(ao)s nossas companheira(o)s neste exato momento? Que sigam em frente, continuem com os seus trabalhos e, de cabeça erguida, enfrentem esta situação e não desistam de seus projetos municipais.

Estamos tomando as nossas providências com o recurso a ser entregue à Executiva Nacional para que essa absurda situação seja revertida, que se prorrogue a Comissão Provisória que priorizava o trabalho coletivo e que se convoque a Convenção.

Igualmente estamos vigilantes quanto aos atos partidários dessa atual Comissão Provisória e denunciaremos qualquer alteração do que foi feito até aqui. Os atuais dirigentes nomeados pelo “canetaço” da hipocrisia não tem legitimidade, estão aí a exercer um papel triste na história de nosso Partido. Vamos aguardar até onde irão com falsas homenagens ao nosso líder Jackson Lago.

E, como sabem, por uma questão de honra, também estamos vigilantes quanto aos últimos atos de dirigente partidário feitos pelo nosso ex-governador Jackson Lago. Caxias é algo simbólico para todos nós. Trata-se de seguir sua orientação de deixar que o partido fique nas mãos daqueles que não lhe deram às costas no momento em que mais precisava. Todos sabem que o atual prefeito caxiense está no PDT por conveniência, não apoiou nenhum de nossos candidatos e tem o pé direito no sarneyísmo e o pé esquerdo no reinaldismo.

Cabe relembrar que, na reorganização de nosso partido, procuramos seguir uma linha de não expulsar nenhum destes que tiveram indigno comportamento, mas tivemos condescendência ao entregar os destinos de nosso Partido a quem melhor assumiu e cumpriu com os compromissos e deveres partidários, ou seja, àqueles que não dobraram suas espinhas dorsais ao poder econômico e à traição.

Sei que os atuais nomeados pelo “canetaço” esforçam-se a exercer um papel de “gestores” e falam de “unidade”, numa tremenda homenagem ao cinismo. Logo eles que provocaram a dissensão, perjuram aos quatro cantos a respeito de nosso papel à frente dos trabalhos de reorganização partidária e confundem a relação com os outros partidos com adesão e atendimento de seus interesses pessoais de mandato.

Igor Lago
Membro do Diretório Nacional do PDT
11/03/2012.