quarta-feira, 27 de julho de 2011

O PDT e suas opções...

Após as eleições de 2006, o PDT liderou um governo plural, marcado por uma presença minoritária devido a uma ampla aliança político-eleitoral. Sob forte bombardeio da mídia sarneyísta, o governo enfrentou problemas de várias ordens, tanto de origem externa quanto interna.

Coube ao governador Jackson Lago conduzir o governo sob todo tipo de pressões políticas e econômicas, além das culturais, especialmente aquelas relacionadas ao atraso e a uma máquina burocrática atrelada (por décadas) a um grupo político dominante, sem que houvesse tido a experiência de alternância de poder.

Com o processo de cassação em curso, o governo conseguiu manter-se coeso até o seu final, tentando executar as suas ações que, a rigor, sinalizaram para uma nova forma de governar, como a experiência dos Fóruns Regionais.

Foram 2 anos, 3 meses e 16 dias de interregno, ou melhor, de intervalo na nossa longa história de governos indicados e/ou eleitos pela oligarquia. Os feitos merecem uma análise posterior, a título de comparação com o governo da atual mandatária, que já ocupa o Palácio dos Leões há 2 anos, 2 meses e 27 dias.

A fatídica cassação do primeiro governo popular da história do Maranhão ocorreu no dia 16 de abril de 2009, após um julgamento marcado por um grande viés político e que causou assombros em toda a comunidade jurídica de nosso país.

O PDT tentou, desde a sua saída do Palácio dos Leões, manter a unidade das oposições, por entender que as eleições de 2010 seriam plebiscitárias, além do que teríamos a possibilidade de eleger, pelo menos, um senador, seja em caso de vitória ou derrota. Infelizmente, isto não aconteceu, as oposições foram divididas e, para tornar pior a situação, um segmento destas foi extremamente desleal para com o outro, o que influenciou, indubitavelmente, no resultado das mesmas. Não tivemos nem o segundo turno, ao contrário das eleições de 2006, quando os três candidatos das oposições foram leais e corretos entre si, o que proporcionou o segundo turno e o ambiente favorável para a unidade das mesmas!

Após todo tipo de adversidade e enfrentando a pior campanha de sua história, o nosso líder e o nosso partido sofreram o pior resultado eleitoral, influenciado pela exploração da incerteza jurídica durante toda a campanha, o que acabou beneficiando as outras duas candidaturas adversárias (A Procuradora Eleitoral do Maranhão entendeu que o projeto de lei Ficha Limpa atingia a nossa candidatura e encaminhou pedido de impugnação da mesma pelo TSE que, exatamente na última noite de propaganda eleitoral nas televisões e rádios, finalmente julgou a candidatura Jackson Lago). Vale lembrar que o TSE não julgou a situação da candidatura Jackson Lago durante 43 dias, apesar do TRE do Maranhão a ter aprovado por unanimidade! O estrago se fez! Mesmo assim, obtivemos quase 20% dos votos! Sem dinheiro, sem estrutura de campanha eleitoral e num ambiente de anormalidade eleitoral, após todo tipo de abandono e traições, a nossa candidatura a governador obteve a confiança de 569.412 maranhenses.

Com o afastamento e desaparecimento físico de nosso líder maior, estamos superando esse momento difícil com muito trabalho e dedicação de muitos companheiros e companheiras que não medem esforços em continuar a luta por um Maranhão mais justo, democrático e livre. Nesse processo de reorganização partidária, tenho procurado transmitir aos nossos companheiros e companheiras que precisamos fazer o partido com pessoas que assumam compromissos com o partido, que compreendam muito bem os ideais e princípios do partido, que sempre adotem os princípios republicanos em suas futuras administrações municipais ou em mandatos legislativos (em caso de vitória eleitoral), pois, somente assim, teremos condições de resistir às futuras pressões, de todo tipo de ordem, por parte do grupo dominante.

Estamos estimulando o partido a formar chapas fortes para as eleições de vereador e, sempre que possível, lançar candidatos a prefeito para levar a mensagem do partido a todos. Quando e onde isto não for possível, tentaremos fazer alianças com lideranças e partidos não alinhados com a oligarquia, nas quais possamos indicar o candidato a vice-prefeito. Isto porque, também, temos nos preocupado para que essa política de reorganização e fortalecimento partidário não auxilie as candidaturas do grupo dominante.

O PDT maranhense é um partido forjado na luta democrática, popular e transformadora. É um partido magnânimo. E, no que depender de nossa história e dos nossos compromissos para com a lealdade, a correção e o respeito nas relações entre os partidos políticos que tenham compromissos para uma mudança real no Maranhão, não dará brechas à política com “p” minúsculo, de negociatas, barganhas e que não levam em consideração os interesses públicos baseados nos valores da ética. Temos o mesmo entendimento do nosso falecido líder nacional Leonel de Moura Brizola: “Se o partido não servir para defender os interesses de nosso povo, que se feche o partido!”

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